segunda-feira, 29 de março de 2010

Roupa vermelha

Nada como uma bela viagem (neste caso, a minha bela viagem à Lisboa) para desanuviar, re-encontrar amigos, resolver algumas questões e claro, utilizar roupa vermelha.

Para um gajo como eu, que desfruta das cores, que têm um casaco amarelo, e que até da aulas de cor numa instituição de desenho venezuelana, é impensável que tenha considerado deixar de usar o vermelho no meu dia a dia, mas é mesmo certo. Desde que cheguei a Caracas, tenho tido sempre o cuidado de não utilizar muito a dita cor, por não querer ser demarcado numa tendência política.....

Não é como vestir de laranja na Madeira, por que acho que ninguém o faz; mas cá sim: funcionários públicos vestem de vermelho; numa manifestação de apoio político, os que estão a favor do partido do governo vestem de vermelho, etc etc.. E eu, reticente a essas ideias, não fazia caso nenhum e punha os meus sapatos vermelhos quando me apetecia; mas com o passar do tempo reparei que as t-shirts vermelhas estavam mais tempo na gaveta do que era habitual.

Claro, nesta viagem a Lisboa levei dois sapatos, um deles, os vermelhos; levei as minhas 2 t-shirts vermelhas que a tempos não usava, e usei e abusei delas com todo o gosto!

Só não me lembrei de uma coisa: Não vestir vermelho no dia do regresso à Caracas! mas esqueci, e levei uma das t-shirts.

Eis que chegado ao aeroporto tropical, pedem-me para abrir as malas, como aliás, pedem a outras pessoas. Os funcionários são até algo brutos connosco, mas quando é o meu turno, a rapariga que me solicita revisar as duas malas faz-lo de forma gentil:

- Poderia fazer o favor de por a sua mala cá encima?
- Claro, com certeza
- O que é que o senhor têm cá dentro?
- Mmm não me lembro bem, acho que roupa, medicamentos e umas prendas
- Muito bem, abra-a se faz o favor (eu abro) o que são estas prendas?
- São umas figuras de Santo António que me encomendaram. Quer que abra?
- Não! deixe estar, feixe a mala. Quer que reviste a outra mala?
- Bem, se você achar, eu abro-a
- Não! deixe estar, fique descansado! vai ter com à sua família e seja bem-vindo!

Upa! o que foi isto? uma alucinação? Ela estava em todo o direito de abrir as malas todas, e se lhe apetecie-se podia ter sido bruta comigo tal e como estava a ser com os outros, mas não..

Se calhar cá não funciona o efeito AXE, mas sim o efeito vermelho! Acho que estive por cá a viver um ano sem aproveitar certas vantagens...

6 comentários:

  1. e eu que só levei t-shirts brancas e cinzentas para venezuela. Isso era para teres avisado antes!!

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  2. jajajaaja!

    Sempre fica cá a dica para a viagem do próximo fim de ano! ;)

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  3. fogo! isso é genial amigo! involuntário mas genial! eheheh

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  4. Já lhe diz ao Daniel e agora digo-te a ti: Quando virem, é obrigatório uma prenda vermelha :D

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  5. é pá, estou atrasada nas leituras, mas essa história é verdadeiramente brilhante!
    E diz muito sobre como funciona a lógica monocromática...
    precisamos de todos as cores!

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